O deputado estadual Augusto Bezerra (DEM) voltou a cobrar da Assembleia Legislativa a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostos desmandos na Saúde pública de Sergipe. O parlamentar reforçou seu argumento mediante as investigações do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre o não pagamento pelo Estado dos débitos com os fornecedores de alimentos.
“O Hospital João Alves Filho atravessa uma realidade de caos. Falta de tudo por lá e os funcionários estão comendo quentinha com ovo frito. Uma empresa deixou de fornecer pelo déficit de R$ 8 milhões para receber. A mesma coisa aconteceu com outra empresa. Se esse governo tivesse algum compromisso com a Saúde pública ele enviaria para esta Casa um projeto acabando com as Fundações que destruíram a Saúde de Sergipe”, criticou o deputado.
Em seguida, Augusto Bezerra disse que “tem que acabar com as fundações e recuperar a carreira dos médicos, por exemplo. Volto a pedir a instalação de uma CPI para a gente ver para onde foi o dinheiro das Fundações. Tem ainda os R$ 8 milhões de Carioca e da Transur”.
Inspeção – As recentes notícias veiculadas na mídia sergipana a respeito da dívida da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) com a empresa Nutrisabor Assessoria e Alimentos, levaram o Procurador-Geral do Ministério Público de Contas, José Sérgio Monte Alegre, a propor ao colegiado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) a realização de uma inspeção extraordinária.
Responsável por fornecer alimentos aos hospitais de Itabaiana, Lagarto, Tobias Barreto e Nossa Senhora do Socorro, e ao Centro de Referência de Epidemias de Aracaju, a Nutrisabor alega que o débito chega a R$1,5 milhão. “Não há empresa desse porte que tenha capital de giro para suportar essa situação”, complementou Monte Alegre.
O Procurador-Geral lembrou ainda que a Lei de Licitações dá à empresa o direito de suspender o serviço após três meses de atraso no pagamento das faturas. “Entrei em contato com a direção da Fundação Hospitalar, que reconheceu que há débito, mas que estão estudando, vendo o que é possível fazer. Enfim, é uma situação de absoluta urgência”, concluiu. A proposta de inspeção foi acatada pelo colegiado.
Por Habacuque Villacorte/Agência Alese
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