Dois estudantes foram sequestrados e mantidos em cativeiro por cerca de quatro horas, numa casa abandonada na Piabeta, em Nossa Senhora do Socorro. O casal é estudante do curso de enfermagem e em todo o período que ficaram sob domínio dos assaltantes sofreu ameaça. “No final, eles disseram que estavam blefando. Disseram que iriam nos abandonar em qualquer lugar e que ficariam com o carro para fazer assaltos”, revela a estudante. “No final, a mãe do meu amigo pagou o resgate e eles liberam a gente e não levaram o carro”, diz a estudante.
Os dois estudantes saíram da faculdade e ele ofereceu uma carona à colega, mas acabaram vivendo uma das mais conturbas experiências. O casal chegava no condomínio onde a colega mora quando foi surpreendido por dois homens armados, que estavam a pé. Um se posicionou na porta do motorista e o outro na porta do carona. Sob ameaças, o rapaz que conduzia o veículo, um Fiesta, foi obrigado a ocupar o banco traseiro, enquanto um dos assaltantes assumiu o volante, e a garota permaneceu no banco dianteiro.
Amadores
Os quatro seguiram no veículo e o casal foi levado para uma casa abandonada na Piabeta, que serviu como cativeiro por cerca de quatro horas. O sequestro aconteceu por volta das 22h da quinta-feira, 14, e só foi encerrado por volta das 2h da madrugada desta sexta-feira, 15, depois que os assaltantes negociaram, com a mãe do garoto, o resgate, pago, no valor de R$ 2 mil. “Eles disseram que iriam usar o dinheiro para investir em armas e curtir o São João”, revela a garota, ainda atormentada, sob efeito de tranquilizantes.
Para a estudante, percebeu-se logo que se tratava de assaltantes amadores, apesar deles afirmarem que não realizavam este tipo de ação contra pessoas físicas e que o alvo dos crimes que costumam praticar seriam agências bancárias e dos Correios.
Os assaltantes pediram dinheiro e como os dois estudantes não tinham, foram liberados para fazer ligações telefônicas para que os sequestradores pudessem negociar o resgate com a família deles. O garoto usou o próprio telefone e fez contato com a mãe, informando o crime e orientando-a a seguir todas as determinações dos sequestradores, sem avisar à polícia.
No primeiro momento, os sequestradores exigiram R$ 2,5 mil, mas acabaram baixando o valor, fixando o resgate em R$ 2 mil. Conforme revela a garota, que prefere manter-se no anonimato, ficou combinado que o dinheiro seria entregue a um dos sequestradores em um posto de gasolina. Um dos seqüestradores usou o carro da vítima para ir ao encontro da mãe do estudante e o outro ficou na casa abandonada com as vítimas.
A estudante revela que a mãe do colega seguiu as orientações e foi até o posto de gasolina acompanhada por um parente, mas o sequestrador observou e, de longe, sinalizou para que a senhora liberasse o acompanhante e permanecesse sozinha no local. A senhora pediu garantias para que as vítimas não fossem maltratadas e o sequestrador pediu tranquilidade, dizendo que ela poderia acompanhá-lo até o cativeiro, desde que ela fosse sozinha.
A mãe topou e entrou no veículo que o sequestrador conduzia – o Fiesta da própria vítima – e seguiram para o cativeiro. “Teve um momento que eles conversaram com uma mulher ao telefone, que prometeu arrumar uma motocicleta para que eles pudessem fugir. O resgate foi pago e eles devolveram o carro e nos liberaram”, conta a estudante. “A gente veio embora e eles, inclusive a mulher, ficaram lá na casa”, revela a estudante.
Por Cássia Santana
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