O arcebispo metropolitano de Aracaju, dom João José Costa, divulgou um comunicado ao clero e toda comunidade católica da Arquidiocese, com medidas preventivas em relação ao coronavírus (COVID-19). As medidas, segundo a Assessoria de Imprensa da Arquidiocese, são válidas pelo período de 30 dias ou até que o vírus esteja devidamente contido.
Entre as recomendações do arcebispo aos padres e fieis católicos, está a permanência das igrejas abertas ao público, bem como a orientação aos idosos e gestantes em situação de risco a participarem das missas apenas por meio dos veículos de comunicação.
O chefe da Igreja Católica em Aracaju e região também determina o cancelamento de encontros, catequeses e eventos pastorais, inclusive as procissões.
“Determinamos que sejam cancelados os encontros, as catequeses, os eventos pastorais, inclusive as procissões que deverão ocorrer pela Semana Santa”, diz dom João Costa em nota enviada ao Hora News.
Confira a nota na íntegra com as recomendações da igreja.
Aracaju, 16 de março de 2020.
Reverendíssimos sacerdotes e caríssimos diocesanos,
A nossa solicitude pastoral urge dar respostas, tomando as devidas precauções diante da epidemia COVID-19, mais popularizada pelo nome “coronavírus”, que se espalha por nosso País e se achega aos limites da nossa Igreja particular de Aracaju.
Neste sentido, por zelo ao rebanho que o Senhor, Bom Pastor, nos concedeu, determinamos por um mês ou até que a catástrofe não esteja devidamente contida:
1) Estejam as igrejas abertas e arejadas, inclusive para a visitação dos fiéis;
2) Em nossa autoridade (cf. Cân. 1248, parágrafo 2), dispensamos do preceito da Santa Missa dominical os idosos, as gestantes e as pessoas em situação de risco na saúde; estas pessoas se unam espiritualmente à participação do Sacrifício Eucarístico pelos diversos meios de comunicação social, que o transmitirão;
3) Determinamos que sejam cancelados os encontros, as catequeses, os eventos pastorais, inclusive as procissões que deverão ocorrer pela Semana Santa;
4) Havendo a Celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-Feira Santa, no momento da Adoração da Cruz, evite-se que os fiéis beijem-na; para tanto, proceda-se o que diz o Missal Romano: “[…] o sacerdote toma a cruz e, de pé diante do altar, convida o povo em breves palavras a adorá-la em silêncio, mantendo-a erguida por um momento” (Pág. 261, n.19);
5) Estão cancelados os mutirões de confissões, o que não exime os sacerdotes de estarem disponíveis em suas paróquias ou afins para o devido atendimento aos fiéis diariamente, inclusive para conceder-lhes os sacramentos e assistirem-nos pela caridade;
6) Segundo as possibilidades, nas entradas dos templos haja álcool-gel 70° para higienização das mãos dos fiéis;
7) Para que a assembleia seja diminuída em número de participantes, haja a disponibilidade de multiplicarem-se os horários das missas dominicais;
8) No rito de paz, estejam os fiéis isentos da manifestação da paz e da caridade por abraços, apertos de mãos e outra saudação;
9) Não desprezando a notificação da Congregação do Culto Divino, de 03 de abril de 1985, sobre a liberdade do fiel de receber a Sagrada Comunhão diretamente na boca ou na mão, instruo que, mantendo o devido respeito pela presença real de Cristo na Eucaristia e a vigilância pertinente para que pequenos fragmentos do pão eucarístico não se percam, seja distribuída aos fiéis a Divina Comunhão apenas na espécie do pão à mão do comungante. Para tanto, cabe aos sacerdotes que, antes da distribuição, faça breve catequese acerca da maneira correta de comungar;
10) Autorizo e recomendo vivamente que, durante os dias de semana, desde que não seja solenidade, celebre-se a Santa Missa usando o formulário do Missal Romano “Em tempo de guerra e calamidade” (cf. pág. 912-913, n. 23) ou um dos dois formulários “Em qualquer necessidade” (cf. pág. 917, n. 38);
11) Para afastar o flagelo desta epidemia, inculco aos fiéis a récita diária do Santo Terço, confiando ao patrocínio maternal da Imaculada Conceição a saúde do nosso povo;
12) Estejam, por fim, os pastores de almas próximos aos que deles precisarem, de maneira especial aos doentes e profissionais de saúde.
Valendo-me da compreensão de todos e, em mais uma vez, consagrando a nossa Arquidiocese a Virgem Maria, concedo a todos afetuosa bênção.
Dom João José Costa, O.Carm.
Arcebispo Metropolitano de Aracaju
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