Aracaju e São Cristóvão lideram em casos de Tuberculose

No domingo, 24 de março, será comemorado o Dia Mundial de Conscientização da Tuberculose. Em alusão a data, a Secretaria de Estado da Saúde(SES) divulgou, na tarde dessa sexta-feira, 22, um panorama da doença em Sergipe. Em 2018, foram registrados 834 casos novos de tuberculose. O ano de 2017 contabilizou 714 casos novos, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. Já este ano, até o dia 20 de março, foram registrados 131 novos casos da doença em todo o Estado.

A tuberculose está presente em todo o território, porém os casos mais graves estão concentrados nas áreas metropolitanas. Os municípios de Aracaju e São Cristóvão são os que possuem mais casos registrados, 240 e 132, respectivamente. Em seguida aparece Nossa Senhora do Socorro com 85, Itabaiana com 36, Lagarto com 30 casos, Estância com 25 registros, Tobias Barreto soma 21, Propriá, 17, Simão Dias com 14, Laranjeiras aparece com 11 e Barra dos Coqueiros, Cristinápolis e Itaporanga d’Ajuda registraram 10 casos. Os demais municípios estão abaixo de 10.

Essa doença pode afetar pessoas em qualquer faixa etária, mas principalmente os adultos jovens. O maior índice de ocorrência de tuberculose compreende jovens entre 15 e 24 anos, com 206 casos novos em 2018. As idades de 25 a 34 anos tiveram, de acordo com o Sinan, 186 registros, de 35 a 44, 173 e de 45 a 54 anos, 123 pessoas tiveram tuberculose. Conforme informações da Diretoria de Vigilância em Saúde da SES, apesar de a tuberculose ser uma doença que tem cura e o tratamento ser oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ainda existem muitos óbitos.

Entre os casos novos, nos últimos cinco anos 235 pessoas morreram. Em 2018, dos 836 casos novos registrados, 47 foram a óbito. “Como a tuberculose tem uma distribuição ampla no nosso território, a principal ação trabalhada, tanto com a população como com os profissionais de saúde, é a identificação precoce do caso. Quanto mais cedo for descoberta, melhor será o tratamento, aumentando a chance de cura e diminuindo a transmissão. Para isso, trabalhamos com a orientação que toda ‘tosse há mais de três semanas’ deve ser investigada para tuberculose, através do exame de escarro”, explica a diretora Mércia Feitosa.

Prevenção, diagnóstico e tratamento

Quando uma pessoa infectada tosse, elimina gotículas que contêm o bacilo de Koch, um micro-organismo minúsculo que, apesar do tamanho, pode ser visto no microscópio comum. Os principais sintomas são: tosse persistente por mais de duas semanas, febre, cansaço, falta de apetite, emagrecimento, dor no peito, produção de catarro e em casos mais graves escarros com sangue.

Para prevenir a doença desde a infância é recomendável a vacina BCG logo na maternidade ou nos primeiros dias de vida. Orienta-se, também, que todos aqueles que tiverem contato próximo com um paciente infectado, seja examinado para que se verifique se houve contaminação. “Tanto o diagnóstico quanto o tratamento são feitos de forma descentralizada, ou seja, devem ser feitos na Unidade de Saúde mais próxima à residência da pessoa. A tomada do medicamento de forma regular garante uma cura próxima a 100%, mas hoje ainda temos muitos que abandonam o tratamento, o que pode contribuir para que a doença permaneça na comunidade com a possibilidade de óbitos”, comentou Mércia.

De acordo com a infectologista e coordenadora do Núcleo de Epidemiologia, Segurança do Paciente e Infecção Hospitalar (NESPIH/Huse), Iza Lobo, tratar a doença de forma correta é uma medida importante para o controle da doença. “O tratamento deve ser levado a sério, não pode haver interrupção, muito menos o abandono, pois, pode haver agravamento da doença e comprometer o organismo. Muitas pessoas interrompem o tratamento quando os sintomas desaparecem, o tratamento é longo, mas, deve ser completado independente da melhora no quadro”, explicou.

Foto: Flávia Pacheco – Ascom/SES

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