Alessandro Vieira rebate denúncias do PSDB e acusa André Moura: ‘só não está preso porque confessou o roubo’

O senador Alessandro Vieira (MDB) rebateu nesta segunda-feira (17) as críticas feitas a ele pela nova diretoria do PSDB em Sergipe, que o acusa de ter praticado possível irregularidade na época em que administrou o partido.

De acordo com Alessandro, não houve reprovação de contas, mas apenas contas declaradas não prestadas pela ausência de documentos. Ainda, segundo o senador, os documentos já foram apresentados pelo partido em recurso feito junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Alessandro Vieira lamentou a repercussão negativa, afirmando se tratar de um ataque planejado para tentar desconstruir a imagem de um homem íntegro e honesto e, com isso, atingir a delegada Danielle Garcia, pré-candidata do seu grupo à Prefeitura de Aracaju, devido ao seu crescimento nas pesquisas eleitorais.

“A verdade é muito simples. Você tem aí uma desinformação, né? Uma estratégia clara de tentar criar um ataque à imagem de um político que tem vida honesta. O PSDB esteve na minha gestão até o início de junho do ano de 2023, e aí eu saio do PSDB, a gestão continua com o grupo político do deputado Tiago Joaldo, o presidente passa a ser Danilo, prefeito de Itabaianinha. E depois, Danilo é sucedido pelo ex-senador Eduardo Amorim. O prazo para prestação de contas, para entrega de documentos, ele só acaba depois que eu saí. E aí, em toda entrevista, eu tenho referido isso. Eu tenho absoluta certeza de que não teve má-fé de nenhum deles. Mas, na desorganização da mudança de direção, esses documentos não são apresentados. Os documentos já foram apresentados pela atual direção, a atual direção já entrou com recurso e eu, individualmente, também já entrei, para que sejam anunciados os documentos. Porque, conforme diz a própria gestão atual do PSDB, não existe nenhuma irregularidade, é só uma questão burocrática, as contas não foram reprovadas, as contas foram declaradas “não prestadas”; isso vai se resolver simplesmente. O que você percebe, Paulo, e quem nos acompanha, é que existe um desespero muito grande de se fazer um ataque contra a minha imagem e, através disso, atacar a imagem da pré-candidata do MDB, que é a delegada Danielle, porque ela pontua muito bem nas pesquisas”, explica o senador.

De acordo com o senador sergipano, houve uma manipulação na divulgação dos fatos, inclusive com disparos em massa de mensagens, ferindo a legislação brasileira. Alessandro atribui os ataques sofridos ao ex-deputado federal André Moura, que tem a filha Yandra Moura como pré-candidata a prefeita de Aracaju pelo União Brasil.

“É uma coisa assim, de uma falta de caráter e uma conduta criminosa que, de fato, só a Justiça vai poder reparar; eu já estou tomando todas as providências nesse sentido, porque a gente não pode tapar o sol com a peneira. Existe uma maquinação criminosa, com o objetivo, principalmente, eleitoral, por isso o fórum, certamente, será a Justiça Eleitoral e que tem esse objetivo. Danielle, dentro de casa, na Secretaria, ela empata, tecnicamente, com Emília. Ela bota mais do que o dobro da candidata representante de André Moura. Então, isso incomoda, gera um desespero e você tem que criar factoides. É o que se ver hoje, é uma manipulação, você cria uma desinformação, depois essa desinformação é distribuída em vários canais oficiais e extra oficiais e depois você tem uma terceira camada de disparo legal, você tem números de fora do país, do sul do país, disparando mensagens, com esse conteúdo ofensivo contra mim e contra a pré-candidata Danielle. Eu tenho certeza que a Justiça vai tomar as providências mas, mais do que a Justiça, seja ir pra um lugar pequeno, as pessoas se conhecem, as pessoas conhecem as histórias daqueles que estão na representação e sabem, perfeitamente, o que é que tá acontecendo: você tem, de um lado, gente honesta e que quer mudar a realidade de Sergipe e de Aracaju, e do outro lado, tem a turma de André Moura, que está desesperado pra pegar os cofres de Aracaju; então essa é a realidade. E só quem fala isso, dessa forma tão transparente, pra que o povo entenda, sou eu. Por isso, eu tenho que ser atacado. E aí, tem um monte de gente que se presta a esse serviço sujo, mas, certamente, vão responder, por conta dessas mentiras, desses ataques na Justiça”, salienta Alessandro Vieira, reafirmando que o ex-deputado André Moura está por trás dos ataques a ele e a Danielle Garcia.

“Politicamente, não tenho a menor dúvida, porque é quem tem o interesse. Porque que interesse teriam esses outros personagens, além de uma eventual vaidade pessoal, enfim, a questão particular psicológica própria? Interesse político, nesse momento, que tem é o patrocinador da candidatura, que se vê esvaziada, com a presença de Danielle. Então a gente tem que ter compromisso com a verdade pro eleitor, qualquer escolha democrática. Eu sou um democrata convicto, não interessa se o seu resultado não é o que eu gosto, se o povo quiser, vai ser respeitado. Mas o povo tem que ser bem informado, eu tenho que informar ao cidadão o que que está acontecendo. Nós temos uma pré-campanha milionária nas ruas, há muito tempo. O Ministério Público Eleitoral entrou com ações, recentemente, nesse sentido. É busdoor, outdoor, é programa de tv, quem paga isso tudo? De onde é que vem esse dinheiro? E quem tá financiando agora, depois vai querer cobrar a fatura na gestão, porque é como essa turma trabalha. Então a gente vai mostrando os fatos. Incomoda? Eu sei que incomoda, não é a primeira vez na minha vida não, que eu incomodo gente poderosa. E acho que, infelizmente, não vai ser a última, porque eu não me coloquei à disposição dos sergipanos, pra ficar mentindo, nem passando pano pra malandragem”, critica o senador.

“Então a gente vai fazer esse enfrentamento, sempre de forma muito respeitosa, mas firme, porque eu tenho que ter a garantia de que o eleitor tá entendendo. Olha, o que tá acontecendo aqui é o seguinte: nós temos uma cidade importante, que tem hoje um caixa bem organizado, que tem problemas que se arrastam, e que precisam de um choque, talvez, de gestão, pra que mudem, como é o caso da saúde, como é o caso do transporte urbano, são problemas que não se resolveram, os alagamentos constantes, que se repetem a cada ano; são problemas que tem solução e que a gestão não conseguiu fazer. Mas tem outras conquistas que a gente não pode jogar fora. E, particularmente, a nossa organização econômica, que permite encaminhar essas soluções, a gente não pode entregar na mão de qualquer pessoa. Então a gente vai fazer esse enfrentamento, sempre de forma muito clara, serena, mas firme, porque o eleitor merece esse respeito”, acrescenta.

O senador Alessandro Vieira diz acreditar que a intenção de André Moura é disputar uma vaga no Senado em 2026. Ainda, de acordo com o parlamentar, André Moura só não está preso por ter feito um acordo com ministros do STF, admitindo ter desviado dinheiro da Prefeitura de Pirambu, devolvendo parte dos valores para continuar em liberdade e elegível.

“Ele anuncia a pretensão de ser candidato. A gente nunca sabe se esse tipo de personagem vai ser elegível ou não. Porque André não está preso em regime fechado, cumprindo nove anos de cadeia, praticamente, porque ele fez dois acordos, ele fez um acordo com Gilmar Mendes e fez um acordo com Nunes Marques. Por conta desses acordos, ele confessa que roubou dinheiro da Prefeitura, ele confessa que cometeu os crimes, ele devolve algum valor, não tá claro qual é o valor, porque estão em sigilo os acordos, e ele fica numa situação de elegível, a priori. Mas não são pouco os processos que andam, os fatos tão aí. Então é assim, eu não tenho medo desse tipo de gente, é uma questão de decisão de vida. No dia que eu me coloquei pra ser delegado de polícia, foi pra ser delegado de polícia pra qualquer crime, contra qualquer criminoso. Claro que eu me coloco na vida pública como político, foi pra falar a verdade, contra qualquer um, com relação a qualquer um. Não pode ser assim: ‘esse daí eu não vou mexer não, porque esse daí eu tenho medo’. Tem muita gente com medo, é muito claro; seja pela força do dinheiro, seja por qualquer outro motivo, as pessoas tem medo de falar a verdade, eu não tenho. Pode ser falta de juízo, talvez, mas eu não tenho não”, afirma o senador, acrescentando que a pré-candidata Yandra Moura sendo eleita, a Prefeitura de Aracaju será governada por André Moura.

“Eu até deixo claro que não existe nenhuma questão à deputada, não tenho nenhum problema com ela, mas eu tenho a obrigação de falar a verdade pro cidadão e a verdade é, quem faz a gestão maior política do mandato é o pai, todo mundo sabe disso. Quem vai chegar pra ajustar um patrocínio num evento é o pai, quem vai distribuir as emendas é o pai, quem faz a construção política é o pai. Naturalmente, você vai ter uma interferência excessiva, numa forma de fazer política, com a qual eu não concordo”, diz, lembrando a época em que André Moura administrou a Prefeitura de Pirambu.

“Se você imagina, no cofre de Pirambu, o estrago que se fez imagina no cofre de Aracaju?! Isso é lógico, é matemático! Então esse é o risco maior que eu vejo e, por conta disso, eu faço essa observação, até porque ninguém mais faz, por medo. Então, já que eu não tenho esse medo, eu posso fazer com tranquilidade, exponho com tranquilidade, não tenho nenhum ataque com relação à deputada. É uma mulher jovem, que eu acho que tem condição de se desenvolver como liderança, mas que eu acho que hoje não é. Então não adianta fazer esse ‘arrumadinho’, é um leque de poderosos, espalhados em mais de um poder, que tentam fazer essa articulação, pra dar um lastro que não existe”, salienta Alessandro, que elogia a independência das pré-candidaturas de Emília Correa, Niully Campos e José Paulo.

“E os demais candidatos, veja, eu posso ter uma divergência com Emília, eu vou dizer que Emília vai mandada pelos Amorim? É mentira. Eu já vi ataques nesse sentido e faço até questão de aproveitar aqui e dizer que não é verdade. Ela não vai ser mandada por ninguém não, ela tem ideias próprias e, enfim, vai descobrir, ao longo da campanha, se tem projeto, se não tem projeto, se tem condições ou não tem condições, mas é uma mulher séria. Danielle é uma mulher séria, independente. O Procurador do Estado, Zé Paulo, é um cara sério, independente também. Niully, do PSOL, da mesma forma. Então, acho que cada coisa tem que ser tratada, tem coisas que são divergências políticas, tem coisas que são diferenças sobe ideia de gestão e tem coisas que são de crime ou não crime, aí tem que ter uma linha clara. E, de novo, se o eleitor fizer sua escolha, paciência! É democracia, desde que o jogo seja limpo, a minha briga vai ser pra que o jogo seja limpo, ele não está sendo limpo, até o momento, porque ele tem um desequilíbrio econômico violento e todo mundo sabe e fica fazendo cara de paisagem”, critica.

Ainda sobre as denúncias envolvendo sua gestão no PSDB, Alessandro considerou piada de mau gosto a acusação de que ele teria ficado com os móveis do partido. Segundo ele, a nova diretoria do partido foi notificada por ele para recolher os móveis, mas ignorou a notificação por não ter onde colocá-los.

“Isso é uma piada de mau gosto. Eles foram notificados, tanto primeiro Danilo; ele esteve na sede, ele vistoriou tudo e ele não quis receber porque ele não tinha onde colocar. Muda a gestão novamente, assume a turma de Eduardo Amorim, da mesma forma, nós entramos em contato “os móveis estão aqui”. São armários antigos e alguns computadores antigos; hoje estão ocupando uma sala. Semana passada ou, talvez, há dez dias, eu falei pessoalmente, com o ex-senador Eduardo, cobrando que pegue os móveis. Eu digo: ‘você vai pra entrevista, você bota notinha, porque que você não pega os móveis?’ O que que ele me disse: ‘eu não tenho onde botar.’ Então, a gente já entrou também na Justiça, pra que eles peguem os móveis, já que estão tão preocupados com isso. Então o que tá me atrapalhando, não traz vantagem nenhuma, ele não precisa, evidentemente, de móveis velhos. Então são criações pequenas, mesquinhas, que tem o objetivo de ataque de imagem. É isso, o desenho é muito claro, e acho que o que a gente vê nas ruas é que as pessoas entendem, as pessoas olham pra essa conversa toda, pra essa factoide toda e fala ‘o que é que esse pessoal tá querendo com isso?’ Porque não faz sentido. Tem uma fala com relação a dívidas do partido; veja, eu recebo o partido, ele tem um repasse mensal de R$ 54.000,00, se eu não estou enganado. Com a mudança da legislatura, o PSDB encolhe, passa pra R$ 5.000,00. Ao longo da minha gestão, foi um pouco mais de 1 ano, a gente recebeu de R$ 500.000,00 de multas de gestões anteriores, pagamos R$ 300 e pouco, e depois não tivemos como pagar porque não tinha dinheiro. E, de novo, não acho ninguém de má fé envolvido, é porque a gestão dos partidos, historicamente, é essa. Então eu tive uma execução de mais de 1 milhão de reais, que a gente conseguiu derrubar na Justiça , de uma questão relativa à campanha, acho que no primeiro governo do PSDB em Sergipe. Porque a Justiça é lenta, as prestações de contas são problemáticas, isso vai se embolando, vai se arrastando. Foi assim quando eu passei pelo Cidadania, foi assim no PSDB, no MDB, você recebe uma herança e você tem que ir pagando. Hoje, no MDB, por exemplo, a gente paga, 8 a 9 acordos judiciais de gestões anteriores. E, de novo, eu digo, eu acho que ninguém agiu de má fé, é questão de desorganização. E essas informações são de conhecimento de quem hoje ataca. Porque se fosse ignorante, a gente diria ‘poxa, coitado, é ignorante, ele não sabe!’ Sabe e continua repetindo a mesma mentirazinha, a mesma conversinha mole. Então a gente tá buscando o caminho da Justiça, pra interpelar: ‘meu amigo, você tá me acusando de alguma coisa? Se tá me acusando, diga ‘estou acusando’, se não, diga ‘não, não estou acusando, só estou contando uma historinha, mas não vou contar mais.’ E a gente vai pra frente, a gente tem que trabalhar”, lamenta o senador, rebatendo também a denúncia de possível Caixa 2 na época em que presidiu o PSDB.

“Você vê a manipulação de informações e a mentira, né? Primeiro, é absoluta mentira que teve Caixa 2 em campanha. Não faz sentido, nem lógica, porque se você tivesse, você não deixava dívida. Segundo, e a informação pública. A maldade e a mentira é muito clara, porque você tem informações que são públicas, a pessoa sabe muito bem, mas prefere mentir. Todas as campanhas de governo deixaram dívidas, todas. A maior delas foi do candidato que ele apoiava, que era o ex-prefeito Valmir. Porque existe um fluxo de caixa em partidos, eu estou no meio de um procedimento, eu tomo uma punição dessa, então as coisas vão atrasando, muda seu planejamento todo. Então não tem nenhum tipo de Caixa 2. Pesquisa paga, você tem duas questões óbvias: primeiro, o interesse de saber o cenário político e, segundo, que o PSDB apresentava primeiro suplente na chapa. Então assim, são coisas muito claramente falsas, forçadas pra tentar criar uma narrativa, porque o sonho do sujo é melar os outros, então é o sonho do sujo. Porque veja, quando você tem que comparar eleitoralmente entre um cara honesto e um vagabundo, o vagabundo sai perdendo, porque o povo não gosta de vagabundo, isso é muito claro. O povo vota em vagabundo por falta de opção. Aí eu tento sujar o que é limpo, porque você olha, esse cara tá aí, tem 5, 6 anos, já enfrentou tanta coisa, briga com ministro do Supremo, aciona na Justiça um procurador-geral da República, consegue o bloqueio de quase R$ 8 bilhões de reais de esquema criminoso, até hoje Artur Lira não mandou buscar o dinheiro que tá bloqueado, lá em Alagoas, uma ação nossa, R$ 4 milhões que tão lá no cofre. Agora, um ano guardado no cofre, a polícia não tem a quem entregar, que Gilmar Mendes anulou a investigação, mas não conseguiu devolver o dinheiro. Então esse é o tipo de coisa que eu faço, ao mesmo tempo que cumpro os outros papéis que um parlamentar tem que fazer, porque eu tenho que legislar, eu tenho que fiscalizar e eu tenho que trazer recurso, porque eu sou o parlamentar que mais traz recursos pra Sergipe. E Sergipe inteiro sabe que o recurso chega e é aplicado. Sem malandragem, sem pedir cargo, não tenho cargo comissionado em prefeitura. Isso incomoda, porque gera comparação. Então o sonho dessa turma é dizer ‘não, esse cara não é assim não; tem alguma coisa errada, tem Caixa 2 em campanha ou coisa que o valha.’ É mentira! Como é que eu vou resolver isso? Na Justiça”, alerta o parlamentar.

“Agora, uma coisa que eu nunca vou fazer é dar ousadia de debater com quem se presta a prestar serviço pra um esquema criminoso, isso eu não vou fazer. Qualquer um que se coloque como voz, como mamulengo, como fantoche de uma armação criminosa, se presta a isso. E o que é que tá mostrando, claramente, é isso”, diz Alessandro se referindo ao delegado Paulo Márcio, pré-candidato a vereador em Aracaju, que denunciou em nome do PSDB as supostas irregularidades.

Alessandro lamentou a inclusão do nome de Danielle Garcia na polêmica sobre a prestação de contas do PSDB. Ele considera um ato orquestrado e criminoso para tentar prejudicar seu agrupamento político, atingindo diretamente a pré-candidatura emedebista.

“Com a mudança de gestão, então a prestação de contas de campanha foi aprovada. A minha prestação de contas foi aprovada, a prestação de contas da delegada Danielle, que era candidata ao Senado, foi aprovada. Então, dos partidos, você realmente, tem uma morosidade maior. E nessa dos partidos, por não envio de documentação, você tem uma decisão de ‘prestação de contas não apresentada’. Isso já foi corrigido, vai ser objeto, certamente, na avaliação, na decisão, porque os documentos estão lá e, como o próprio partido reconhece, oficialmente – não através de quem tá procurando espaço em rádio, mas através de documento formal, protocolado na Justiça -, não tem nenhuma irregularidade. O próprio PSDB, na atual gestão, reconhece isso. Então existe uma orquestração criminosa, ela tem um objetivo eleitoral, ela tem, neste momento, o objetivo de desgastar a pré-candidata do MDB, que é Danielle Garcia, que é uma mulher séria, é uma mulher que Sergipe inteiro conhece, sabe o que ela fez, as dificuldades que ela enfrentou, os poderosos eu ela desagradou. E agora, você vem como esse tipo de conversa amalucada, só pra criar um espaço pra poder ter um conteúdo, e depois, criminoso, que vão estar usando perfis falsos?! Isso é pago! Não tem disparo em massa, de WhatsApp, que chegue no seu telefone, que não tem alguém que contratou uma empresa e pagou. Quem é que tá pagando? É o que a gente tá pedindo à Justiça Federal que investigue. Olha, tem alguém pagando essa coisa toda! Eu não sou melhor do que ninguém, eu não sou perfeito, eu, certamente, cometo erros. Se eu cometer algum erro na minha vida, que tenha repercussão, eu tenho que ser responsabilizado, mas não é o caso, muito claramente. Seja porque o prazo pra prestação se exauriu quando eu já não estava no partido, seja porque os documentos estão lá e o próprio partido reconhece que estão lá, e aí você fica forçando a barra, numa narrativa, tentando, tentando. A consequência vai ser criminal, vai ser cível, sob o ponto de vista de indenização e vai ser na repercussão eleitoral também, porque a gente tá pedindo à Justiça Eleitoral que se manifeste”, afirma.

Governador

Alessandro Vieira elogiou o governador Fábio Mitidieri pela forma democrática em fazer política, respeitando as pré-candidaturas do grupo governista. Ele afirma ser contra a indicação de Danielle Garcia para compor chapa com o pré-candidato do Governo e da Prefeitura, Luiz Roberto, como sugerido recentemente pelo prefeito Edvaldo Nogueira.

“A gente tem, primeiro, eu acho que, uma forma de fazer o exercício da liderança que Fábio tá utilizando, eu acho que é pouco comum aqui em Sergipe. Ele não está liderando com tapa na mesa e imposição. Fábio, a todo instante, repete que tem um compromisso pessoal e individual com Edvaldo Nogueira e, por isso, apoia a pré-candidatura de Luís Roberto. Mas, ao mesmo tempo, os demais partidos tiveram total liberdade para construir. Quando você vai para as pesquisas, quando você conversa com o povo – e aí você pode pegar qualquer pesquisa – um consenso é que Danielle, no mínimo, desempenha, quatro ou cinco vezes mais do que Luís Roberto, no mínimo. Então qual é a razoabilidade de eu pegar um partido do tamanho do MDB, que é muito maior que o PDT, você pegar uma pré-candidata que tem uma expectativa de votos muito maior do que a do pré-candidato do PDT e dizer ‘não, agora você vai ser vice e pra levantar a guia do rapaz que não consegue ter o desempenho.’ Não faz o menor sentido, né? Não sei se é uma questão de preconceito de gênero, eu não sei se é uma falta de visão política, mas não faz sentido. Porque nós temos hoje, muito posto, muito claro, que Danielle Garcia é pré-candidata à Prefeita de Aracaju, ela já cumpriu uma campanha em 2020, que foi extraordinária, foi pro 2º turno, teve uma votação excelente, foi candidata ao Senado, em 2022, novamente, com uma votação muito expressiva, especialmente em Aracaju, com mais de 70 mil votos, e vai pra essa campanha. Quando você vê que existe uma construção política madura, que envolve Danielle, que envolve Catarina, envolve Fabiana Oliveira, e você soma os indicadores, você parte pro empate técnico, Emília tá superando um pouco. Então essa é a movimentação real. Agora, a gente tem muita dificuldade de fazer com que determinados veículos de imprensa reproduzam isso, porque a gente sabe das motivações. Basta olha o Portal de Transparência da Câmara dos Deputados e ver como é empregada a chamada Verba de Divulgação do Mandato, e aí você compara isso com as opiniões editoriais de determinados veículos e aí você entende a opinião, que são narrativas que você pensa ‘de onde esse rapaz tirou essa ideia? Não faz sentido matemático, mas o cara emplaca ali.’ Então a gente vai com muito cuidado, com muito respeito a todos, acho que a condição de Fábio tá correta, no sentido de respeitar os partidos, a gente sempre vai tá tentando uma construção conjunta, porque ela é melhor pra todo mundo, muitos candidatos geram uma campanha muito mais difícil, mas isso só vai acontecer dentro de princípios que são lógicos. O que eu quero? Eu quero uma gestão que corrija os pontos fracos e mantenha os bons pontos da gestão de Edvaldo. Quem é que consegue fazer isso, desse grupo? Eu não tenho a menor dúvida que é Danielle, e a gente vai continuar defendendo essa ideia até o momento final e o MDB tem envergadura, tem condições políticas, pra sustentar isso”, defende, acrescentando que a decisão final de uma aliança com Luiz Roberto é da pré-candidata Danielle Garcia.

“Da parte da gestão do partido, é totalmente descartada. E a pré-candidata é quem define, porque a minha forma de fazer esse trabalho da política é extremamente aberta e democrática. Então a definição é de quem tá como candidato, como pré-candidato e ela já falou isso a Edvaldo, em mais de uma oportunidade, que não faz sentido e que não aceita essa construção. Porque, literalmente, qual a lógica de eu colocar uma mulher eu tá muito bem colocada nas pesquisas, pra se vice de alguém que não tá bem colocada, e que tem seus méritos, ninguém tá falando mal de Luís não, ele tem um trabalho como gestor, um trabalho como secretário já, de muito tempo. E não faz sentido, até já fiz uma brincadeira ‘olha, sonhar não custa nada, não paga imposto, então ele pode sonhar à vontade, não tem problema.’ Mas não vai acontecer, ressalvando sempre que a palavra tem que ser de Danielle, porque ela é pré-candidata, ela não tem autonomia, ela não é mandada por ninguém. Quem achar que Danielle vai ser mandada por Alessandro, por Fábio ou por Zezinho, não existe isso não. É desconhecer as pessoas, é desrespeitar as pessoas. Porque ela vem de uma construção que é própria, ela se estabeleceu na Polícia por qualidade própria, ela fez enfrentamentos por qualidade própria, esteve na Secretaria de Políticas para Mulheres, tudo por qualidade dela, não foi porque nenhum padrinho pegou e fez a gestão dela ali, nem vai ser na Prefeitura, a partir de janeiro, com fé em Deus”, diz confiante o senador, que admite já haver um diálogo com o PP para se unirem neste processo eleitoral, com possível integração de Fabiano Oliveira à chapa de Danielle Garcia.

“A gente vem construindo já um diálogo constante com o PP e o PSD e esse diálogo vai avançar, seguramente, até o momento das convenções, em julho ou agosto, sempre com muito respeito entre todos que estão nesse processo e com muita clareza, porque o que a gente quer é apresentar uma alternativa de qualidade pro eleitor e ganhar a eleição. Então, isso significa que quem tiver melhor nesse conjunto de pesquisas, vai tá liderando o processo hoje, não há dúvida, Danielle, mas com muita proximidade e com muito respeito, com Fabiano e com Catarina, que não pode participar do pleito, no momento, porque o PSD tem esse compromisso com Edvaldo e ela é filiada ao PSD, muito reconhecida já em Brasília e tá com a gente, tem conversado com todos e tem participado da construção de uma alternativa, que tem a capacidade e densidade eleitoral, pra ganhar a Prefeitura. O acordo fechado e dialogado já é de estar junto. A configuração disso vai se dar um pouco mais adiante e certamente, e com base nas pesquisas, que hoje apontam, um favoritismo muito grande pra ela”, admite.

Pré-campanha política

O senador também anunciou um projeto de lei no Senado que visa regulamentar as pré-campanhas eleitorais, evitando interpretações equivocadas do Judiciário.

“É uma bagunça. A gente tá apresentando um projeto pra tentar regular essa questão de pré-campanha, com mais clareza e, certamente, só valerá só pras próximas eleições, não pra essa, que ao mesmo tempo ele vai juntando dados e prestando informações à Justiça Eleitoral, pra que no dia do registro da candidatura, a partir desse dia, você já tenha investigação dos atos passados. Não tem uma lei que diga como deve ser uma pré-campanha, mas existem já normas estabelecidas de base, no sentido de que não pode ter abuso econômico. E hoje, você vê uma campanha com claro abuso econômico, por parte da Deputada e do seu pai. Você tem aí meses de busdoor rodando, meses de outdoor rodando, meses de um programa de tv rodando. E a gente não sabe quem financia, porque quem vai saber disso é a Justiça. Mas, seguramente, não é o Fundo Eleitoral, porque não serve pra isso, nem o Fundo Partidário”, enfatiza.

Alessandro também anunciou uma ação na Justiça, impetrada pelo Ministério Público, que questiona possível abuso de poder da pré-candidata Yandra Moura.

“Nós temos já, uma ação na Justiça, impetrada pelo Ministério Público Eleitoral, que ataca alguns pontos dessa ação, particularmente, com relação à deputada. Ela tem um acionamento na Justiça, que questiona, justamente, esse abuso e demonstra que existe uma clara vinculação de campanha antecipada. Então você tem aí distribuição do número, de acessórios, bonés, camisas, que fazem essa divulgação, você tem toda uma construção. É muita gente gastando dinheiro com isso, é uma campanha extremamente profissional, rede social de alta qualidade, disseminação e distribuição de alta qualidade, eventos caros, com infraestrutura cara, acontecendo nos bairros. O nosso papel, como gestor político e como parlamentar, é levar dados. É como eu digo, acho que é uma frase de muita dureza, mas é a verdade: o sonho de todo mundo é baixar o sarrafo e ser todo mundo igual, na lama. Se você quiser competir, vai ter que fazer campanha ilegal também, vai ter que ter dinheiro pra fazer boca de urna, vai ter que ter dinheiro pra fazer coisa errada”, lamenta.

“É muito dinheiro. Eu votei contra todos os aumentos de fundos. Agora, a partir do momento que chega o fundo, você tem que utilizar, porque se não fica uma batalha muito desigual. Então, acho que o Brasil tem que repensar essa modelo. O Brasil é um país hoje, que tem grandes carências e que canaliza, por escolha política, recursos que não precisariam desse recurso todo. Eu vejo, por exemplo, campanhas, por exemplo, em estados como Amazonas, Minas, estados muitos grandes que obviamente, você vai ter um custo muito maior. Mas num estado como Sergipe, isso não faz tanto sentido, acaba sendo material demais, custos muitos altos, sem contar quem faz patrimônio, como esse cidadão, que agora tá no Solidariedade. Ele já tinha uns processos, umas condenações, outras buscas. Porque tem gente que faz da Política uma profissão e da presidência de partidos, uma profissão, porque num partido, hoje, giram valores de uma empresa de grande porte. A gente vai discutir agora, um novo código eleitoral, talvez, no segundo semestre. E um dos pontos que vai tá lá na Câmara dos Deputados é a redução da transparência na qualidade da fiscalização. Então a gente vai, novamente, brigar pra resolver isso, mas é uma briga ingrata, porque já veio de lá, com problemas seríssimos, na parte de prestação de contas. Então a gente vai ter que tratar desse nosso jeito, com clareza, objetividade e compreensão democrática, porque se você apresenta, no caso do Fundo Eleitoral, eu voto contra. Mas se a maioria vota a favor, a gente tem que respeitar e trabalhar dentro dessas regras”, completa.

Aborto

Alessandro também comentou sobre o projeto de lei em discussão na Câmara Federal, que tem por objetivo punir ainda mais a mulher que fizer aborto. Pelo projeto, a vítima poderá pegar até 20 anos de prisão, enquanto o estuprador pode ficar atrás das grades por até 10 anos. O senador criticou a propositura.

“Um projeto mal feito, né? A gente tem que pontuar as coisas, pra ordenar, porque tanto tumulto, quando se tem uma polêmica dessa, e que acaba drenando a atenção do país, que tem que cuidar de coisa muito mais importante pro momento – a gente tá num momento econômico bastante tenso -, a gente tá em plena regulamentação da Reforma Tributária, que literalmente, vai dizer o quanto você vai pagar num pãozinho e como vai ser a vida do padeiro, se ele vai ter lucro ou não, e a gente tá concentrando toda a atenção num projeto que, dificilmente, vai ser votado na Câmara, dificilmente vai ser votado lá. Ali você tem um gesto de Artur Lira, pra um pedaço da bancada, pensando na construção da candidatura interna, que vai acontecer em fevereiro. Então isso tem se repetido muito, é um projeto mal feito. Veja, eu sou contra o aborto, fora das alternativas legais. Essas alternativas legais, elas foram construídas em 1940, não faz sentido você retroagir nisso. O que que traz o texto, essencialmente? Ele traz uma punição adicional, no caso do aborto ilegal, e da forma como está redigida, essa punição faz com que uma mulher que pratique o aborto, mesmo que legal, fora daquele prazo temporal de presunção que eles colocam, de vinte e duas semanas, cometa o crime de homicídio simples. E aí, você vai ter uma pena, que pode efetivamente chegar até os vinte anos, enquanto a pena do estupro permanece no patamar que tá hoje. Eu acho que a gente tem que ter uma cautela muito grande pra lidar com isso. Tem que ouvir as pessoas que tem maior interesse nisso, que são as mulheres, de uma forma muito consciente e clara, com dados, pra que as pessoas compreendam. Veja, eu não estou falando duma mulher irresponsável, que engravidou conscientemente ou não, e que quer fazer o aborto, porque é um método contraceptivo, porque tem países que funcionam assim, a pessoas engravida e vai fazer um aborto, como um método contraceptivo, como se fosse tomar um comprimido. Tem lugar que é assim, eu não concordo com isso e não é disso que a gente tá falando. A gente tá falando, majoritariamente, de crianças ou de mulheres muito jovens, que são abusadas dentro do ambiente familiar e que quando conseguem ter acesso à Justiça, ao atendimento médico, já passaram desse prazo. E quando você começa a explicar isso pras pessoas, mesmo quem tem uma convicção de fé muito forte, a pessoa começa a entender, ela diz ‘realmente, como é que essa criança vai poder garantir um aborto legal antes de vinte e duas semanas? Ela só vai saber que tá grávida lá adiante, porque nem saber o que que é aquilo, ela sabe. Então é assim, tem que ter muita cautela, primeiro, muito respeito às crenças de cada um. Repito, eu sou contra o aborto, fora das hipóteses legais, que estão descritas há muito tempo já, há quase um século, não tem porque fugir disso. Evidentemente, que os processos tem que ser feitos de forma respeitosa, cuidadosa, preservando, o máximo possível, a vida, mas dentro de uma lógica. E as pessoas que, efetivamente, estão preocupadas com mulheres, com crianças, com vidas, com preservação, com reduzir o número de estupros, tem que olhar um pouquinho mais pra outras áreas”, explica Alessandro.

“Eu tenho que garantir que os processos sejam mais rápidos, eu tenho que garantir que essas crianças ou adolescentes tenho informação adequada e caminhos pra prestar essa declaração. Olha, tem que ter um ambiente de conforto, onde essa criança, essa adolescente ela tenha noção. Olha, tais e tais atos representam um abuso, se isso ou aquilo acontecer, você pode engravidar, se tiver tais sinais, como é que você se encaminha dentro disso. Porque eu repito: infelizmente, a maior parte dessas agressões acontece dentro do ambiente familiar ou de proximidade, vizinhos, amigos, parentes; essa é a realidade. Eu fui criador, em Sergipe, da Delegacia de Proteção à Criança e confesso, foi a única Delegacia que eu pedi pra sair, porque eu não teria condições de lidar com esse tipo de agressor permanentemente. Eu não canso de elogiar as meninas no DAGV, porque é uma qualidade o equilíbrio emocional extraordinário, porque são crimes monstruosos, e na maior arte das vezes, de pessoas próximas. Então é um projeto que exige cautela, é um projeto que foi pautado pra isso mesmo, pra criar polêmica, pra chamar atenção, pra garantir espaço de mídia e pra desviar a atenção de outros temas, que são gravíssimos, porque nós temos uma pauta econômica gravíssima em andamento, ela afeta diretamente a vida de estados, municípios e das pessoas comuns. E aí a gente gasta pouco tempo com elas e muito tempo discutindo um projeto que, repito, eu acho muito difícil que seja votado; tem vários outros parecidos, rodando por ali e Artur Lira fez aquele gesto em vinte segundos, aprovou a urgência, que não significa nada, ele nem sequer, apregoou. Ninguém entendeu, nem a Assessoria entendeu o que é que estava acontecendo ali. Então é um gesto de política baixa, com objetivos eleitoreiros ali dentro da casa, mas que gera uma repercussão imensa, que você vê um volume de discussões, de agressões, de desrespeito. As pessoas tem direito de ter sua fé, existem aqueles que entendem que a vida tem que ser defendida desde a concepção e eu concordo com isso, com as ressalvas da lei”, conclui.

A entrevista do senador Alessandro Vieira foi concedida ao Jornal da Manhã (Jovem Pan), na manhã desta segunda-feira (17).



Por Redação
Foto: Hora News

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