Alessandro Vieira e Danielle Garcia não me representam, diz delegado antifascista Mário Leony

O delegado antifascista Mário Leony, defensor dos direitos humanos e ativista político, revelou apreço profissional pela delegada Danielle Garcia, pré-candidata a prefeita de Aracaju pelo Cidadania, mas se mostrou indiferente a ideologia política da colega de profissão.

Ele também se disse decepcionado com o senador Alessandro Vieira, presidente estadual do Cidadania. O apoio do senador ao então candidato Jair Bolsonaro, bem como a reforma da previdência e, mais recentemente, a privatização da água e do saneamento são os motivos pelos quais não se sente representado pelo parlamentar. No entanto, reconhece que Alessandro Vieira sempre foi um defensor das causas do Movimento LGBT.

“O Alessandro é meu contemporâneo, ingressamos juntos na polícia. Enquanto gestor foi um dos idealizadores do Departamento de Atendimento à Grupos Vulneráveis, que é uma referência nacional, é importante frisar isso. Eu me orgulho de saber que a Polícia Civil de Sergipe está na vanguarda dessa política de atendimento à grupos vulnerabilizados. Inclusive o DAGV funciona hoje em regime de plantão, 24 horas, de segunda a segunda. O Alessandro apoiou isso, assim como eu sei que ele sempre apoiou a agenda do LGBT, por exemplo. Não posso deixar de afirmar isso, mas politicamente eu não tenho como dizer que eu me sinto representado. A primeira grande decepção foi ele apoiar Bolsonaro no segundo turno das eleições. Lamentável isso. E também ter votado a favor da reforma da previdência. Evidencia que ele não tem compromisso com as trabalhadoras e os trabalhadores. Teve a mercantilização da água, do saneamento, a privatização”, observa o delegado.

Na entrevista concedida aos jornalistas Paulo Sousa, Rosalvo Nogueira e Bruno Balbino, na noite desta terça-feira (8), no canal Hora News TV, Mário Leony admite admiração pela delegada Danielle Garcia, mas reprova a ideologia política da colega de trabalho.

“A Danielle é minha contemporânea também, ingressou comigo na polícia. Uma pessoa que profissionalmente eu tenho uma admiração muito grande, uma pessoa que sempre demonstrou muito respeito pelas minhas lutas, e que fez um trabalho muito importante a frente do Deotap de combate à corrupção, e que foi retaliada por conta disso. Então, é uma pessoa que tem o meu respeito, mas ideologicamente e politicamente eu não me sinto representado também. Politicamente, porque a gente tem que saber separar as coisas”, salienta o delegado, que ainda critica os que se proclamam defensores da moralidade e do combate seletivo da corrupção.

“Esse discurso raso do bandido bom é o bandido morto ou então alguns que se proclamam arautos da moralidade, do combate à corrupção. O combate à corrupção é algo necessário realmente, fundamental para que as pessoas sejam punidas, responsabilizadas para que devolvam aos cofres públicos tudo que tem sido desviado, mas esse discurso se esvazia no dobrar da esquina quando ele se mostra extremamente seletivo. Como foi a Lava Jato”, condena.

Mário Leony em entrevista ao Programa Boa Noite Brasil

Mário Leony é um dos policiais civis que integram o Movimento de Combate ao Fascismo no Brasil. Recentemente, o delegado foi destaque no jornal espanhol EL PAÍS.



Por Redação
Fotos: Hora News TV

Comente

Participe e interaja conosco!

Arquivos

/* ]]> */