Alessandro Vieira critica OAB por solicitar prisão de policiais da PRF: “Tem que ser mais responsável”

O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), que é delegado de polícia, criticou a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Sergipe (OAB-SE), por cobrar do Ministério Público Federal (MPF) a prisão dos policiais rodoviários federais em Sergipe envolvidos com a morte do operário Genivaldo de Jesus, em Umbaúba (SE).

Para o senador sergipano, a direção da OAB precisa ter mais responsabilidade e respeitar o devido processo legal.

“A OAB tem que ser um pouquinho mais responsável nas suas opiniões. Eu nunca vi a OAB pedindo prisão de ninguém, pelo contrário, eu sempre vi a OAB defendendo o respeito ao devido processo legal e a prisão só após condenação. Então, esse oportunismo político é lamentável, as pessoas têm que ter um pouquinho mais de responsabilidade. O crime é grave, eu não tenho a menor dúvida que nós tivemos ali um crime prestado pelos policiais. Aquela pessoa que foi assassinada ali dentro de uma viatura merece o nosso respeito, a família merece uma indenização e reparo, mas a gente tem que ter cuidado com o oportunismo”, criticou o senador.

Alessandro salienta que a prisão preventiva só pode ser decretada caso os suspeitos do crime estejam prejudicando o andamento do processo, ameaçando testemunhas ou fugir do estado. Hipóteses, a principio, descartadas pelo senador no caso desses policiais rodoviários federais.

“A prisão preventiva no Brasil, cautelar, exige uma série de requisitos e esses requisitos aparentemente não estão presentes. Esses cidadãos que cometeram o crime estão ameaçando a investigação, ameaçando testemunhas, estão prejudicando o andamento do processo? Me parece que não. Exige risco deles fugirem do país ou do estado? Também não me parece que seja o caso. Então, é bom tratar as coisas com responsabilidade”, observa Alessandro.

O parlamentar anunciou que está definindo junto com a Polícia Rodoviária Federal em Sergipe a destinação de recursos finaceiros para retrenamento dos policiais que trabalham em Sergipe, a fim de evitar que fatos com este voltem a ocorrer por falta de treimanento eficaz da corporação.

“Dentro dessa minha linha de fazer as coisas com transparência e pensando num bom diagnóstico, planejamento e execução, a gente está encaminhando e definindo juntamente com a direção da PRF um recusrso para retrenamento dos policiais que trabalham em Sergipe, porque muito claramente ali a gente teve uma falha de treinamento. Aqueles policiais não conseguiram imobilizar um homem que aparentemente não teve grandes reações à ação policial. Então, eu tenho três policiais armados que não conseguem fazer a contenção de um homem, então tem uma falha nisso. E o melhor jeito para tratar isso, fora o processo criminal de quem cometeu o crime, é retreinar essa tropa toda para que esteja aptos a atuar, até porque a gente precisa muito da atuação dos policiais rodoviários federais”, explica.

Questionado se os policiais já não estariam presos preventivamente, caso a vítima não fosse um cidadão comum, o senador não descartou essa possibilidade. Pelas imagens da ação policial que resultou na morte do trabalhador, Alessandro acredita que os policiais não escaparão da condenação.

“Há essa possibilidade. Eu acredito que a Polícia Federal tem independência suficiente para fazer o processo andar da forma técnica. Se por acaso o Ministério Público federal não concordar, ela também tem autonomia para pedir essa prisão. Só quem não pode decretar essa prisão de forma autônoma é o juiz. Crime grave, fato gravissímo, profundamente lamentável, exige uma atuação forte do estado para reparação, mas não dar também para sair defendendo coisas totalmente incompatíveis com tudo o que você fez na vida. Então, quando a OAB se coloca dessa forma me chama muita atenção, porque é o contrário do que fez a vida toda para todo tipo de crime. Então, a gente tem que ter coerência. Eu gosto muito de me pautar por uma linha só. Não acho que seja caso de prisão preventiva por conta de isso que expliquei, acho que não estão presente os requisitos, mas muito provavelmente será caso de condenação”, conclui.

As declarações do senador foram dadas ao jornalista Paulo Sousa, no Jornal da Manhã (Jovem Pan FM), nesta segunda-feira (6).




Por Redação
Foto: Rosalvo Nogueira

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