A Constituição Federal de 1988 garante a todo brasileiro o direito à livre liberdade de expressão, bem como a realização pacífica de atos e manifestações públicas. Porém, esse direito vem sendo confundido por alguns grupos ideológicos, que resolveram protestar de forma diferente: tocar fogo em símbolos de representação da cultura e da história do nosso país.
Em 24 de julho deste ano, com a justificativa de que Borba Gato, um bandeirante paulista do século 18, teria estuprado índias e praticado crimes bárbaros, mesmo não tendo nenhuma comprovação, principalmente de estupros, um grupo de manifestantes decidiu atear fogo na histórica estátua. A justificativa não comoveu as autoridades a perdoar o responsável pela ação criminosa, tendo o líder do movimento sido agraciado com alguns dias de cadeia.
Mais recentemente, nesta quarta-feira, 25 de agosto, um grupo liderado por indígenas também aderiu a este tipo de protesto ateando fogo na estátua de Pedro Álvares Cabral, no Rio de Janeiro. A ação de coletivos indígenas foi um protesto ao chamado “marco temporal”, cujo tema voltou a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Ou seja, o STF deve analisar uma ação de reintegração de posse impetrada pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, referente a área indígena Ibirama-Laklãnõ, onde também vivem os povos Guarani e Kaingang.
O primeiro movimento foi vandalismo puro, já que os manifestantes se quer tinham uma pauta reivindicatória. Apesar de que nada justifica o ato de vandalismo. Já este segundo movimento, liderado por representantes indígenas, tem uma pauta justa, mas a forma de protestar também foi uma agressão à nossa história.
O ataque à estátua de Pedro Álvares Cabral, por exemplo, não é uma luta contra a opressão, mas à nossa nacionalidade e a cultura do nosso país. Afinal de contas, Cabral não colonizou o Brasil, não era soldado e, muito menos, genocida.
Sendo assim, a quem interessa deletar e transformar a história do nosso país, mesmo com suas controvérsias, em crimes? Certamente, os que praticam esses atos estão a serviço de opressores e contra a nossa cultura.
A transformação da história nacional em crime contra a humanidade não serve ao nosso povo, mas somente aos que nos querem ainda mais pobres, culturalmente. Pelo jeito, o oprimido não deve ter direito ao conhecimento.
Comente