Moro e Bolsonaro, ontem (24) jogaram a roleta do jogo da verdade. Com a seta apontada para cada e a “moral” de uma verdade kantiana, próprio daqueles que lideram os “cidadãos de bem”, os personagens iniciam um roteiro em que os pontos de virada ainda estão porvir.
Os pronunciamentos, claro, forjaram a sinopse. De um lado o paladino da justiça, de outro, o homem que protege o Brasil. Diversos coadjuvantes já tiveram seus 5 minutos de fama: o 04, a sogra, o aquecedor, Zambelli e até a Dilma, que quebrou seu contrato com “Democracia em Vertigem” para figurar nessa história.
Bom, mas passado o frenesi dos primeiros minutos desse filme de ficção científica distópico e real, o que se pergunta é: quais as cenas do próximo enredo. De um lado, a Globo e sua linha editorial que já não tem pudor em classificar Moro como o maior herói nacional, por outro lado os “subidores de hashtags” – sim, na última conferência de robôs do Gabinete do Ódio, eles reivindicaram essa nova nomenclatura – no Twitter com “FechadosComBolsonaro”
Mais do que invocar outra personagem para essa história, a Mãe Dina, o que podemos aferir é que essa disputa, mais uma vez, vai se dar por duas mediações sociais diferentes: as plataformas digitais e toda a expertise de circulação de conteúdos que beneficiam o genro da Sogra que fez uma cirurgia na certidão de nascimento, e a Globo com a tentativa alavancar o conje.
Nesse filme só uma personagem não fez parte do elenco, a democracia, que esta internada, insólita, à espera de um balão de oxigênio para se salvar dessa pandemia.
Ana Carolina Westrup é publicitária, mestra em Comunicação e doutoranda em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe
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