O 11 de setembro e a periculosidade de policiais e bombeiros

Falar sobre 11 de setembro é relembrar do maior atentado terrorista do mundo. As lágrimas derramadas naquele dia não tinham etnia, cor, sexo, nacionalidade, nada. Foi um ataque contra a humanidade. Não precisamos entrar em detalhes. É de conhecimento universal.

Mas para se ter ideia dos desdobramentos daquele atentado, os Estados Unidos ocuparam o Afeganistão no pós 11 de setembro em decorrência da proteção dada aos integrantes do grupo terrorista Al Qaeda, responsáveis pelo atentado, por parte dos Talibãs. E hoje, 20 anos depois, o “tema” Afeganistão/Talibã volta a tona, em decorrência da desocupação militar americana daquele país.

Coronel Rocha, um dos defensores da periculosidade para a classe militar

Outro reflexo é que ainda morrem pessoas em decorrência dos atentados às Torres Gêmeas, principalmente policiais e bombeiros. Muitas lições podemos tirar daquele fatídico evento. Dentre estas, a valorização dos profissionais da segurança pública e saúde. Foram aproximadamente 3.000 pessoas mortas diretamente no atentado de 11 de setembro. Para ser mais exato, foram 2.996 pessoas. Dentre estes mortos, foram 343 bombeiros e 72 policiais. Registre-se que dentre os bombeiros incluem-se profissionais de saúde pertencentes aos quadros do Departamento de Bombeiros de Nova Iorque.

Qual a diferença entre a morte destes profissionais e as mortes dos demais civis no atentado? Os civis foram vitimas diretas dos atentados terroristas, enquanto policiais e bombeiros morreram tentando salvar as pessoas vítimas do atentado. Exceto pelo policial que estava no voo 93 da United Airlines, que caiu em um campo na Pensilvânia, enquanto ele e outros passageiros tentavam recuperar o controle do avião das mãos dos sequestradores.

Não podemos mensurar o valor de cada vida, mas podemos registrar a importância vital de profissionais da segurança pública na vida de cada cidadão pelo mundo. Dezenas de policiais e bombeiros ainda morrem hoje por terem participado do salvamento feito em 11 de setembro. Segundo registro dos Bombeiros de Nova Iorque, já passam de 200 o numero de profissionais mortos pelo que eles chamam de “doença do Word Trade Center”. O pó, a fumaça e as substâncias químicos e tóxicos dos escombros afetaram a saúde de bombeiros, policiais, operários da construção civil e outros funcionários dos serviços de resgate, que atuaram depois do ataque.

Falar sobre a periculosidade a que estes profissionais são submetidos diante de tais fatos é desnecessário. Ao homenagear as vítimas do 11 de setembro, principalmente policiais e bombeiros, concito ao governo do estado a conceder a indenização de periculosidade dos nossos profissionais de segurança, em especial ao governador de Sergipe, Belivaldo Chagas.


Henrique Alves Rocha (Coronel Rocha) é coronel reformado da Polícia Militar de Sergipe e ex-candidato a prefeito de São Cristóvão.

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