‘Me arrependo do voto em Bolsonaro’, diz Alessandro, que admite refletir melhor em 2022

“Mas hoje eu tenho que reconhecer que me arrependo do voto. A gente subestimou o problema do Bolsonaro, subestimou a mau qualidade, o dano que ele podia causar”. Essa foi a declaração do senador Alessandro Vieira, presidente estadual do Cidadania, em entrevista aos jornalistas Rodrigo Vianna e Dhayane Santos, na TV 247 (YouTube), sobre o voto dado por ele ao então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, nas eleições de 2018.

“Com relação a construção e soluções para 2022, eu fui eleitor de Jair Bolsonaro no segundo turno, primeiro turno em votei em Marina Silva, fiz campanha pela Rede, já como senador eleito eu tinha possibilidade de votar no projeto do PT, através de Fernando Haddad, e no projeto de Bolsonaro, que era um projeto desconhecido, fiz opção pelo projeto de Bolsonaro, não fiz campanha, mas fiz questão de dar transparência do meu voto. Eu não confio em gente que esconde o voto, como também não concordo com a ideia de viajar pra França ou fazer qualquer coisa pra se esconder de responsabilidade, não é o meu jeito. Então fiz uma escolha, comuniquei essa escolha. Na escolha já disse que ia ter uma atuação mais incisiva possível para tentar evitar aqueles problemas que já se anunciavam: autoritarismo, despreparo. Mas hoje eu tenho que reconhecer que me arrependo do voto”, revela Alessandro.

O senador reconheceu que subestimou o dano que Bolsonaro poderia causar ao Brasil e salienta que trabalha para a construção de uma terceira via. Ele, no entanto, observa que numa possível disputa de segundo turno entre o atual presidente da República e o ex-presidente Lula, não ficará em cima do muro e tomará uma decisão após uma reflexão com seu eleitorado.

“A gente subestimou o problema do Bolsonaro, subestimou a má qualidade, o dano que ele podia causar e super subestimou o entorno, se imaginou que aquele entorno de generais, de técnicos, conseguiria controlar os arroubos do deputado radical Jair Bolsonaro. E isso não aconteceu, aconteceu o contrário, ele submeteu esse entorno. Então hoje o corpo técnico tem pouca ou nenhuma liberdade para atuar. Então, esse é um fato. Agora com esse arrependimento como é que a gente vai fazer para 22? Minha eleição neste momento é trabalhar para uma terceira via, e eu acho que o Brasil merece mudar de páginas, eu não acho que um retorno do ex-presidente Lula vai resolver os nossos problemas, e tenho certeza também que a permanência de Jair Bolsonaro não ajuda, mas a construção é democrática e no final das contas quem decide é o eleitor. Se a gente chegar novamente ao segundo turno com um projeto do PT e um projeto de Bolsonaro, eu vou ter que refletir junto com o eleitor de Sergipe e tomar uma decisão e ela vai ser pública, me esconder não faz parte do cardápio”, explica, alertando a população sobre a gravidade do momento e dos riscos para a democracia e que trabalha para a viabilização de uma alternativa aos projetos do PT e do grupo bolsonarista.

Alessandro Vieira sendo entrevistado pelos jornalistas Rodrigo Vianna e Dhayane Santos

Questionado sobre o seu voto hoje numa eventual disputa entre Bolsonaro e Lula ou Bolsonaro e Haddad, o senador reforçou a importância da renovação política para o Brasil.

“Hoje você não tem essa realidade, eu vou trabalhar para que ela não exista, trabalhar para que tenha alternativas, e ai fazer esse voto hipotético agora seria precoce, até porque eu tenho certeza que muita coisa vai acontecer nos dois projetos até chegar nas urnas em 22. São projetos que carregam muitos problemas, que a gente precisa de uma renovação, de um sinal claro de esperança. Mas evidente que os problemas são diferentes, os problemas que o projeto que o PT tem são uns e os problemas que o projeto que Bolsonaro têm são outros. E, ai a gente vai ter que pesar isso no momento se a gente não tiver a capacidade de promover a terceira via através de um diálogo entre partidos mais de centro, da mesma construção. O que não dar é pra ignorar a gravidade do momento que a gente vive, o risco pra democracia, e vai ser necessário no momento oportuno um posicionamento e a gente vai adotar”, alerta.

Alessandro admitiu que a escolha por mera rejeição a um projeto ou a um sentimento de antipetismo fez mal ao país.

“Fazer escolha pela mera rejeição foi o que colocou Bolsonaro no poder, foi o sentimento do antipetismo, e a gente agora tem que dar um passo adiante sobre o ponto de vista da democracia”, conclui.

“Fazer escolha pela mera rejeição foi o que colocou Bolsonaro no poder, foi o sentimento do antipetismo, e a gente agora tem que dar um passo adiante sobre o ponto de vista da democracia”, conclui.



Por Redação
Fotos: YouTube

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